domingo, 16 de setembro de 2007

Representações da Imprensa Protestante no Brasil

Representações da imprensa protestante no Brasil
ANDRÉA BRAGA FONSECA[1]
No mundo contemporâneo, podemos observar um ressurgimento do sagrado em suas mais variadas instancias. Nesse processo, nota-se a contribuição dos chamados protestantes. O protestantismo de origem pentecostal ou neopentecostal tem tido visibilidade através de mídias variadas para veicular mensagens . No entanto, o uso de mídias para difundir os ideais do grupo protestante não é uma novidade. Desde sua chegada ao Brasil, inícios do XIX, os protestantes perceberam a imprensa com uma ferramenta para cristalizar suas idéias em um mundo católico, firmar suas opiniões e atrair um publico maior.
É sobre essa imprensa que tenho me debruçado desde a minha dissertação de mestrado, onde foquei a imprensa de um grupo especifico – os batistas. Agora no doutorado ampliei o foco e passei a trabalhar não só com a imprensa batista, mas também a imprensa presbiteriana e metodista.
A proposta do trabalho que aqui apresento é pensar um pouco no tratamento que tenho dado a esses jornais como fontes histórica e pensar ainda que rapidamente algumas perguntas - como através desses jornais esses grupos forjaram tradições, discursos que legitimaram suas posições.

Sobre a imprensa evangélica (dos protestantes históricos) há uma enorme lacuna. A questão de estudar a imprensa evangélica se agrava pelo fato de muitos de seus jornais já terem desaparecidos, outros estão em estado de decomposição, ou criam-se dificuldades para o pesquisador ter acesso a esse material, visto que estão em arquivos particulares e não em instituições públicas.
Desde Gilberto Freyre os historiadores passaram a utilizar-se da imprensa como fonte, esta que até então era relegada a um plano secundário, como nos mostra Humbertos Fernandes Machado[2]. Com os estudos históricos que destacam a abordagem político e cultural, chegou-se a conclusão que a imprensa pode fornecer ricas informações a respeito de uma sociedade, as condições de vida de um determinado grupo, suas manifestações culturais e expressar seus pensamentos. Ou seja, a imprensa ao mesmo tempo em que é fonte documental passa a ser percebida também como agente histórico. A imprensa segundo esse mesmo autor pode transformar simples ocorrências em notícias com o objetivo se atingir uma repercussão maior junto ao publico leitor, ou simplesmente omitir, ou silenciar diante de outras. Portanto cabe ao historiador o cuidado para não superestimar ou subestimar a fonte transformando em “verdade absoluta”
Nesse sentido, escrever a história da imprensa não é, certamente, alinhar fatos e datas, nomes e mais nomes, nem destacar os personagens que se tornaram singulares na construção engendrada no passado para o futuro. Assim, construir uma história da imprensa é fazer o mesmo movimento que se produz para a “escrita da história”, seja qual for o objeto empírico pesquisado. É perceber a história como um processo complexo, no qual estão engendradas relações sociais, culturais, falas e não ditos, silêncios que dizem mais do que qualquer forma de expressão, e que na maioria das vezes não foram deixados para o futuro. Compete ao historiador perguntar pelos silêncios, identificar no que não foi dito uma razão de natureza muitas vezes política. Assim, falar em história da imprensa é falar em processos comunicacionais e das intricadas relações que se desenvolvem em torno desse sistema de comunicação.
Esse sistema deve considerar aquilo que Robert Darnton conceitua como o circuito da comunicação, isto é, o percurso que se faz e que vai dos produtores do texto às formas de apropriação diferenciadas das mensagens pelo público. Falar em história da imprensa é, portanto, se reportar ao que se produziu, de que forma, ao como se produziu, para quem se produziu e que conseqüências trouxe essa produção para a sociedade. É se referir, igualmente, a forma como o público reagiu àquelas mensagens e perceber de que forma realizaram leituras ou interpretações plurais. Formas de leituras, formas de apropriação, interpretações plurais de sentido.
Estamos, portanto, inserindo a produção de uma história da imprensa dentro de um campo claramente configurado e que se denomina história cultural.
a história cultural deve, na definição de Roger Chartier (1990), identificar o modo como em diferentes lugares e momentos uma dada realidade é construída, pensada e dada a ler.
Quando enfatiza a expressão “dada a ler”, Chartier coloca em relevo a questão da interpretação, fundamental na operação historiográfica. É preciso perceber que qualquer história é reinterpretação, reinvenção, reescritura. Não há possibilidade de recuperação do passado tal como ele se deu: o passado é inteligível nas fimbrias das narrativas que ele mesmo compôs. O que o historiador faz é um ato ficcional, não no sentido de que aquilo que descreve não tenha se dado, mas considerando sempre o grau de invenção, composição, interpretação, inserção do sujeito pesquisador que compõe a história a ser interpretada. Não há possibilidade de isenção diante de qualquer construção humana.
Ao trabalhar também com o recorte da história cultural, Robert Darnton (1990) propõe a realização de uma história social e cultural da comunicação impressa. Para ele, o estudo dos meios de comunicação no seu sentido histórico deve envolver todo o processo de sua construção e este movimento termina na interpretação dos leitores. Assim, ao escrever a história da imprensa é fundamental visualizar a invenção criadora do público no instante em que realizam o processo de recepção e também caracterizar práticas que se apropriam de modo diferente dos materiais que circulam em determinadas sociedades, identificando-se as diferenças.
Assim, fazer história da imprensa é estudar um corpus específico de textos ou de textualidades, considerando também a relação dos leitores com esses objetos culturais. A chave metodológica para este movimento é dada mais uma vez por Roger Chartier ao realizar aquilo que ele denomina história das práticas de leitura. Influenciado pelos autores da estética da recepção de efeito, Chartier introduz em suas análises não apenas a recepção do texto pelo leitor, mas o intervalo existente entre a produção do autor e a sua recepção pelo leitor, sito é, o trabalho de edição / impressão.[3]
Com um enfoque metodológico um pouco diversificado, Robert Darnton também estuda as correlações texto literário e difusão da informação.Visualizando de maneira ampla a abordagem de Darnton, podemos dizer que se preocupa em ver como as idéias eram transmitidas pelo impresso e como a palavra impressa afetou o comportamento dos leitores diretamente em contato com aqueles textos.
Neste sentido, o modelo proposto por Robert Darnton para a construção de uma história social e cultural da comunicação impressa é primoroso. É preciso desvendar, quando se fala em história da imprensa, quem escrevia nesses jornais, como procuravam se popularizar - ou seja, que estratégias, apelos e valores esses veículos invocavam no seu discurso -, como funcionavam essas empresas e de que forma esses textos chegavam ao público. Percorrido esse caminho é preciso ver ainda como os leitores entendiam os sinais na página impressa, quais eram os efeitos sociais dessa experiência[4].
Recomendando uma colaboração estreita entre críticos literários e historiadores, uma vez que para ambos a leitura pode ser o central na análise, chama a atenção para o fato de os críticos cada vez mais tratarem a literatura como uma atividade e não apenas como um corpo estabelecido de textos. O significado de um texto não se encontra imobilizado em suas páginas mas é construído por seus leitores.
As representações sociais aqui estão relacionadas a quatro dimensões como apresentadas por Abric (1994).
1 – Funções do saber: permitindo compreender e explicar a realidade. Na medida em que os atores sociais adquirem esses conhecimentos e as integram a um quadro assimilável e compreensível para eles permitem um quadro de referencia comum o que permite a troca social.
2 – Funções idenditárias = definem a identidade e permitem a especificidade dos grupos facilitando sobretudo o processo de socialização.
3 – Funções de orientação = guiam os comportamentos e as práticas. Definem o que é licito, tolerável ou inaceitável em um dado contexto social.
4 – Funções justificatórias = permitem justificar as tomadas de posição e os compaortamentos. Interferindo também na ação permitindo que os atores expliquem e justifiquem suas condutas em uma situação.

II – Imprensa Evangélica: As Novas de Grande Alegria.
Desde o inicio há uma preocupação em cristalizar o discurso para um treinamento e solidificação melhor. Por isso a história da editoração evangélica se confunde com a história do próprio protestantismo brasileiro. Os primeiros missionários batistas por exemplo, se empenharam em criar uma editora, para publicar é lógico Bíblias, mas também folhetos, livros, revistas, e jornais. Principalmente porque o acesso a livros era raro, a difusão de sua doutrina vai se dar primordialmente pelo jornal. Acreditavam que dessa forma além de evangelizar e doutrinar podiam se apresentar ao público brasileiro, de uma forma positiva. Essa editora formaria com o setor educacional uma só entidade, que teve vários nomes, tornando-se em 1967 em Junta de Educação Religiosa e Publicações (JUERP), era considerada a maior editora evangélica do país.
Os momentos finais do século XIX corresponderiam segundo Sodré[5] ao período de formação da grande imprensa nacional, ou seja, da transformação de jornais que passavam de experiências individuais para grandes empresas. Veiculando, refletindo as novas concepções de mundo desde período, apresentado conceitos como: “Progresso”, “Modernidade”, “Ciência” e o País como uma nova república repleta de potenciais.
Desde o inicio (e principalmente no período descrito por Sodré) o jornal foi percebido como um meio poderoso para divulgar o protestantismo. Esses não se constituíram em grandes empresas, mas essa estratégia foi mantida.
O interesse pelos jornais foi de alguma forma torná-los conhecidos do público, assim como suas idéias. Esta estratégia se deu inclusive com um missionário batista Willian Entzminger, que a partir de 1891, perseguido pela igreja católica, divulgou suas idéias pela imprensa como forma de coagir essa perseguição. Ele contactou um dos principais jornais da cidade de Recife – Jornal do Recife - , dizendo que queria defender os “crentes” das falsas acusações dos padres Católicos. Depois de muita insistência conseguiu uma coluna periódica para defender os postulados evangélicos. Segundo este mesmo missionário o resultado foi excelente. A perseguição católica perdeu o apoio da opinião publica na área de alcance daquele jornal.

2.1 – Jornais Presbiterianos
O missionário, doutor Kalley, presbiteriano, tentou utilizar os jornais da corte para propor a religião evangélica como alternativa à do Estado (Católica) e assim usou a seção livre do Correio Mercantil (RJ) para publicar a tradução em português do livro “O Peregrino[6]”. Ainda vai continuou escrevendo inúmeros folhetos com vários pseudônimos como “um crente”, “um cristão verdadeiro”, “o crítico”.
Percebendo a eficácia da imprensa, Simonton fundou o primeiro jornal presbiteriano a Imprensa Evangélica, cujo primeiro numero data de 5 de novembro de 1864. seus claros objetivos religiosos eram mostrar a sociedade que as almas estão aflitas para reconciliar-se com Deus. Para esses primeiros missionários o jornal poderia ser transformado em Púlpito de âmbito nacional. A Imprensa Evangélica foi publicada por quase três décadas, ate aos 2 de julho de 1892. Vamos perceber o que nos diz o Jornal “A Imprensa Evangélica”:

Nesta época a imprensa é a arma poderosa para o bem ou para o mal. Devemos trabalhar para que se faça e se propague, em toda a parte, uma literatura religiosa em que se possa beber a pura verdade ensinada na Bíblia, que propague as novas de grande alegria. ( IMPRENSA EVANGELICA, 7 de outubro de 1871, p. 28)

Em 1893, a Igreja Presbiteriana voltou a ter um órgão oficial de imprensa: Revista das Missões Nacionais - publicação que teve o primeiro número datado de 31 de janeiro de 1887 e que chegou a circular junto com a Imprensa Evangélica. Seu diretor era o pastor e professor Eduardo Carlos Pereira, principal personagem do cisma que originou a IPB em 1903 e que por esse motivo foi afastado da direção desse periódico. O grupo dirigido por Eduardo não ficou sem veiculo de imprensa para divulgar suas idéias. Ainda quando dirigiam a Revista publicavam em todos os números um encarte intitulado : “O Estandarte”. Exonerados da Revista transformaram-no em novo jornal O Estandarte, (publicado em São Paulo) cujo primeiro numero independente foi publicado aos 7 de janeiro de 1893. O Estandarte é até hoje o jornal oficial da Igreja Presbiteriana Independente do Brasil , possivelmente um dos mais antigos jornais da América Latina ainda em circulação. Neste quadro portanto tinha-se de um lado a Revista das Missões Nacionais representado os adeptos da Maçonaria e favoráveis a intervenções das missões estadunidenses e de um outro lado O Estandarte fazendo oposição. No meio dessa disputa nasceu outra publicação de relevo, sob a direção da Igreja Presbiteriana do Rio , o primeiro numero de O Puritano foi publicado no dia 8/6/1899, no Rio de Janeiro. O objetivo era apresentar um projeto de salvação para resgatar o povo brasileiro ainda moldado segundo a concepção deste jornal por comportamentos ibéricos e tão envolvido na superstição da igreja católica. O Puritano só deixou de ser publicado aos 25 de julho de 1958 por decisão do Supremo Concilio da IPB e contra a vontade do próprio jornal.
Outros jornais deste grupo também circulava no Brasil. Em 1874 foi organizado o “Púlpito Evangélico” pelo Reverendo Emanuel Varnodem em SP, esse jornal durou até 1875. Ainda neste ano, o mesmo Reverendo fundou outro jornal, para substituir o primeiro que havia sido extinto – “O Pregador Cristão”. Esse durou 10 anos. E em 1870, José Carlos Rodrigues fundou o “Novo Mundo”, este jornal circulou por 9 anos e era publicado em Nova Iorque.
Tais jornais tinham forte penetração nos espaços protestantes e na sociedade por tratar de assuntos ligados ao liberalismo, educação, filosofia, religião, política, contribuindo para a formação e esclarecimento da opinião publica. Interessante destacar por exemplo, que no Nordeste na cidade de Natal , o Reverendo Willian Calvin Porter em 1895, lançou o primeiro numero do jornal O SÉCULO favorável a causa republicana, que publicava textos de política em meio a textos de religião.

2.2 – Jornais Batista
Os primeiros missionários batistas por exemplo, se empenharam em criar uma editora, para publicar é lógico Bíblias, mas também folhetos, livros, revistas, e jornais. Principalmente porque o acesso a livros era raro, a difusão de sua doutrina vai se dar primordialmente pelo jornal. Acreditavam que dessa forma além de evangelizar e doutrinar podiam se apresentar ao público brasileiro, de uma forma positiva. Convencido da eficácia da imprensa Entzminger juntou o jornal que era publicado no norte do Brasil e no Sul para formar O JB, com o objetivo de ter uma divulgação nacional.
O pensamento dos Batistas a respeito da imprensa: “O Jornal Baptista como Auxiliar na Educação” :

Que tem o que o Jornal Baptista como auxiliar na educação? Respondo: Tem muito. É por meio dele que acabo de vos falar. É por meio dele que temos a cada passo ventilado este importantíssimo assunto e suscitado o interesse não só no nosso meio Baptista, mas até alem, e bem alem das suas barreiras. Eis com o Jornal Baptista é um grande auxiliar na bôa e sã educação.” ( 17/06/1915,p.2).


Os jornais organizados por essa denominação foram : “Echo da Verdade” ( BA – 1886/1900); “O cristão Brasileiro” ( RJ – 1887/1900), “As Boas Novas” ( RJ – 1894/1900) e “ O Jornal Batista” ( RJ - 1901 até os dias atuais). Os três primeiros jornais tiveram suas atividades muito mais locais, enquanto que o último tem por objetivo atingir o grupo nacionalmente.
Os protestantes se viam e eram visto como representantes do progresso. O espaço privilegiado para a divulgação dessas idéias era naturalmente a imprensa. Este veiculo portanto, é percebida como um púlpito de âmbito nacional e apoio para catequese dos recém convertidos.
Os artigos (foram escritos exclusivamente para este jornal), além de matérias escritas em outras cidades que não o Rio de Janeiro. A existência de matérias publicadas pelo Jornal Batista que foram escritas em outras cidades diferentes das de sua publicação, pode denotar que este jornal se pretendia porta voz amplo da igreja, não se restringindo a comunidade estabelecida no Rio de Janeiro. Tenta, portanto, abarcar os vários núcleos espirituais no Brasil, e também, que, por outro lado, esses mesmos grupos o viam como seu representante, uma vez que efetivamente colaboravam com este, enviando artigos e cartas.
Este jornal tinha como publico a população que circulava pelos colégios, ou seja, alunos, professores, funcionários, etc. E como público certo as pessoas envolvidas nas escolas dominicais. Alem disso um outro sistema de distribuição era o incentivo para que outros órgãos da igreja consumissem esse jornal e por um sistema paralelo tentava abranger um publico que não necesseriamente se ligasse ao colégio ou as escolas batistas: o sistema de assiantura.
A estrutura do jornal, isto é, sua divisão, releva muito de seu intuito educacional e até ideológico. É possível dividi-lo em quatro partes bastantes claras:
1 – artigos variados que se auto-denominavam “Actualiadades”
2 – artigos doutrinários, com uma seção de perguntas.
3 – noticias e cartas sob assuntos relativos a própria igreja e seu progresso “evangelístico”
4 – uma seção feminina.
A primeira parte chamada “Actualidades” sempre trazia noticias do mundo todo, inclusive noticias históricas, políticas e cientificas, mostrando o tom de moderno do jornal. A segunda parte, trazia sempre historias bíblicas ou da Igreja, que tinha por objetivo principal instruir os leitores que não tinham acesso a uma evangelização forma. Esses artigos poderiam ser usados nas escolas dominicais, como eles deixam bem claro. Este jornal era, portanto, uma fonte de educação continuada.
A segunda seção do jornal parece objetivar a transmissão de uma determinada conduta no caso, considerada apropriada pela igreja, aos leitores, seguindo quase que os moldes de um manual, da mesma forma que acontece com a seção denominada “Feminina”.
A terceira seção, trata de temas diversos, tais como família, igreja, perseguição promovida pelas igrejas católicas e outros temas.
Estes é um quadro geral do jornal, fundamental para se entender, em certa medida, a analise especifica desejada por este trabalho.
Em alguns artigos percebe-se a preocupação com aquilo que chamamos de “Pedagogia da diferença” – marcada por dois aspectos básicos: mostrar a superioridade da cultura anglo-americana e combater o catolicismo considerado um aspecto fundamental da cultura brasileira. (MOSTRAR A PROPAGANDA)
Ao apresentar comportamentos anglo-americanos, aqui o protestantismo entrou em choque com comportamentos herdados de um cultura ibérica. No Brasil foi preciso lidar com a relativização de um desencantamento do mundo racionalista modernizante. Sobretudo no que tange ao sincretismo peculiar as religiões no Brasil. O protestantismo teve que lidar com o “pensamento mágico”, crendices e supertiçoes. Ou seja, o fato de boa parte dos brasileiros, acreditarem em espírito, e manterem permanente preocupação e relações com o sobrenatural, fazendo com que as trajetórias individuas sejam permeadas por essas representações. O bem estar, o sucesso e a felicidade dependem de diversas variáveis como a família, o trabalho, mas o sobrenatural ocupa um espaço determinante. Não é a idéia única do “self-made-man”, mas a de que o individuo depende além de seus méritos e capacitades de uma relação bem sucedida com santos, guias, orixás e mediadoes como pais e mães de santos, padres e sacerdotes, imagens simbólicas dentro de próprio ritual cultico. Não há a representação de figuras comuns de uma religião cristã tradicional como um templo, a Bíblia, o símbolo da cruz ou mesmo um sacerdote. Esta ausência parece indicar o esvaziamento do sagrado e a identificação com uma modernidade que traz em si a secularização, que dispensa a piedade e racionaliza o sobrenatural, a idéia daquilo que Weber chamou de “eliminação da magia do mundo”
Com conseqüência a pouca eficácia dos modelos apresentados pelo protestantismo, modelos esses que não passam pelo sobrenatural, mas que desmistificam o mundo e trabalhando primordialmente com a palavra – cantada, lida ou refletida.
Através das páginas desses jornais nota-se portanto, a preocupação em desconstruir o sistema religioso herdado de um mundo ibérico e relacionar suas ideias ao mundo anglo-americano. Portanto, a concepção messiânica norte-americana associada a consciência missionária estimulou o tripé – religião/moralidade/educação. Valorizava-se um modelo de sociedade (a norte-americana). Como por exemplo:
“Recomendações:
1 – o crente não pode ficar ocioso, nem mesmo 1 hora por semana. Se ficar estar perdendo tempo.
2 – o crente deve ter a casa limpa. Ele também deve estar limpo. Jesus ama o pobre, mas condena a preguiça.”

A postura dos jornais é a desvalorizaçao da cultuar brasileira, vista como expressão de uma sociedade atrasada, carente de modificações que a tornem adequadas com a realidade dos novos tempos, dos quais a sociedade americana é parâmetro como mostra o trecho abaixo:

A base de todo progresso, é a lei, ordem. Falando sobre os tres elementos principais do verdadeiro progresso, são eles: a liberdade, a educação e a moral. Sobre a educação falam o seguinte: a fraqueza de um país é o analfabetismo; a ignorância é irmã gêmea da supertiçao. Não é posivel ter progresso em qualquer país onde 75% do povo é analfabeto. Em nossa irmã [EUA], há 5% de analfabetos, sendo que só 1% dos legítimos americanos são analfabetos. Há escolas em todo o país, tanto na roça quanto nas cidades”. (Jornal Batista, 13 de abril de 1901, p. 5)
Esses grupos se apresentavam como agentes do progresso com um transfundo do liberalismo que visaria ao desenvolvimento da liberdade de expressao e consciência, elemento característico do modo batista de penar. Como descrito na tese de Ginsburg:

“Nos os batistas, poderemos justificar a nossa intervenção em todos os ramos, porque somos os fundadores da democracia moderna. Não cremos em classes ou posições privilegiadas. O nosso ideal desde os tempos de Cristo tem sido: em política – governo do povo pelo povo; em religião – a responsabilidade direta da alma humna para com Deus, sem internvençao de terceiros. No campo político – um pouco de caráter Batista na política brasileira que diferença não operaria?! No campo de finanças, o Brasil necessida da honestidade Batista... o mesmo se pode alegar no campo social e moral. Ali é a grande a necessidade é de livros, e imprensa Batista capaz de formar caracteres adamantinos...necessitamos de escolas e academias onde possam ser ensinados os princípios batistas ...sem a mescla de heresias que arruínam e estragam o brasileiro. O Brasil está passando por uma crise....O romanismo perdeu seu valor. O positivismo já teve o seu tempo...é coisa de graúdos...o protestantismo esse sim é capaz de transformar a nação brasileira num povo cristão”. (Jornal Batista 22 e 29 de agosto de 1907)
Enfim, é apresentado dessa forma uma dualidade entre o imaginário americanista e salvacionista dos pioneiros tentanto implantar o reindo de Deus (ou seria dos norte-americanos)



Conclusão
Ao responder a questão referente à relação entre protestantismo/modernidade/cultura brasileira, adotamos procedimentos que julgamos serem passos necessários para nossa pesquisa. Partimos da noção de representação e analisamos o discurso literário, o jornal e a iconografia.
O paraíso aparece no quadro dos "Dois Caminhos" como o destino final da jornada do fiel protestante. Mais do que uma esperança futura, o paraíso correspondeu a questões práticas e culturais no âmbito do cotidiano e das relações sociais. Em função dele, foram conformadas as ações e as visões religiosas de mundo. Posturas, gestos, rupturas culturais e religiosas, tornaram o protestante visível no campo social. A Imprensa por sua vez, é representativo do posicionamento protestante afinado à modernidade e suas tecno-ideologias do progresso. O paraíso bem que poderia ser construído aqui mesmo.
O protestantismo, nas representações analisadas, foi categorizado como tendo uma austeridade ética diante das extravagâncias e da sexualidade frouxa do contexto brrasileiro. Foi visto como um aparato racional em suas interpretações da vida comum, ao mesmo tempo letrado e enrubescido.
O protestantismo tentou desconstruir o sistema religioso baseado numa culpa ritualizada e exteriorizada, e internalizou-a como forma de domínio mais eficaz do corpo e das paixões, transpondo o conflito entre desejo e obrigação. O protestantismo projetou-se no cotidiano das pessoas no momento oportuno e coincidente das mudanças tecnológicas inseridas no espaço público e doméstico. Daí podermos relacionar a constituição do protestantismo com a modernidade e suas transformações, principalmente, mais tarde com todo um discurso higienista que apresentava como proposta o controle do corpo e das paixões.
O protestantismo pode ser vislumbrado como um conjunto de práticas e mentalidades que atravessavam todos os seus ramos. Poderiam estar reunidas em instituições, portadoras de um ideal de sociedade e de indivíduo projetado pela religião reformada. Mas foram, ao mesmo tempo, espaços convergentes das ações de uma rede de relacionamentos por parte de agentes responsáveis pela sua manutenção. Como "intelectuais orgânicos" do movimento religioso, ele foram gestores financeiros do universo protestante em formação.
As primeiras duas décadas do século XX, além das mudanças do posicionamento da Igreja Católica no campo político e religioso no Brasil republicano, viram, portanto, o protestantismo alcançar novas posições no campo religioso.


BIBLIOGRAFIA
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FONTES:



[1] * Doutoranda em Historia, linha de pesquisa História e Cultura – Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)
[2] MACHADO, Fernandes Humberto, “A Imprensa do Rio de Janeiro na crise do escravismo”. In: NEVES, Lúcia Maria Bastos Pereira das & MOREL, Marco. História e Imprensa: homenagem a Barbosa Lima Sobrinho – 100 anos, Anais do Colóquio, UERJ/IFCH, 1998
[3] A concepção de Chartier difere da própria estética da recepção, que não considera em suas análises esse intervalo, postulando uma relação direta e imediata entre o texto e o leitor, entre os signos textuais usados pelo autor e o horizonte de expectativa daqueles aos quais ele se dirige. Cf. CHARTIER, Roger et alli. Les usages de l’imprimé (XV-XIX). Paris: Fayard, 1981. Lectures et lecteurs dans la France d’Ancien Régime. Paris: Editions du Seuil, 1987. A história cultural: entre práticas e representações. Lisboa: Difel, 1990.
[4]Darnton, op. cit., 1990, p. 112.
[5] Nelson Werneck Sodré. História da imprensa no Brasil, 2a ed., Rio de Janeiro: Graal, 1978.

[6] Neste livro o autor João Bunyan retrata um caminho áspero, cheio de obstáculos, que leva ao céu. Um outro largo, repleto de facilidades que leva ao inferno. Mas os caminhos são percorridos em conseqüência de uma escolha do individuo, e nao de Deus.

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Juízes e Saul

- Jerusalém não foi conquistada nos dias de Josué veja Josué 15:63. De acordo com juizes 1:8 a cidade foi incendiada pelo povo de Judá, mas o vers 21 é claramente dito que os benjamitas não desalojaram os jebuseus de Jerusalém. A cidade não foi realmente ocupada pelos israelitas senão já nos dias de Davi. A vitória da tribo de Judá deve ter sido apenas temporária.
- apesar de Josué derrotar as principais forças opositoras, ao introduzir Israel na terra de Canaã e dividi-las entre as varias tribos, muitas localidades permaneceram nas mãos dos cananeus e outros habitantes.
- Juiz 1 reúne informações que dão um quadro da conquista muito diferente do que nos oferece Josué 1-12, ou seja, a conquista resulta de atos individuais das tribos e continua muito incompleta. As informações que juizes narra sobre a instalação do povo no Sul estão muito mais próximas da historia do que a exposição sistemática de Josué 10. São tradições que põem em relevo o papel de Judá – ver juizes 1:9-17.
- Israel não contava com qualquer capital política nos dias dos juizes. Silo, que fora estabelecida como centro religioso, nos dias de Josué continuou nessa categoria nos dias de Eli. Visto que Israel não tinha rei não havia localidade central de onde um juiz pudesse oficiar. Esses juizes subiram a liderança conforme o exigiam as condições locais ou nacionais.
- A influencia dos juízes era regional – Eude era benjamita, Gideao manassita, Baraque neftalita, Jefeté Gileadita, Sansão danita. Só as tribos vizinhas respondiam a convocação para o exercito e se mobilizavam
- A seção retrospectiva de juizes termina com a referencia a morte de Josué em 2:6-9. então de 2:10 ate 3:6 o autor introduz o padrão cíclico que caracterizou a historia de Israel por mais de 300 anos. Após a geração de Josué haver passado, o povo esqueceu-se de Iavé, trocando pelos deuses de Canaã. Isto provocou a ira de Iave, de forma que ele enviou inimigos a Israel a fim de puni-los e despertar-lhe o interesse em retornar para os caminhos de Deus. Quando Israel se arrependia, Iavé levantava juizes que livravam a nação e assim experimentavam um período de paz e de justo governo. Novamente Israel dava as costas para o Senhor e caia em apostasia, então uma serie de eventos desabavam sobre a nação, reiniciando o ciclo punitivo.
- os inimigos que permaneceram na terra – os filisteus, cananeus, sidonios, heveus – habitavam na planície costeira ou na região mais baixa do vale de Baça, ao norte da Galiléa. Além disso, havia vários outros povos como os amorreus, hititas, jebuseus com os quais Israel se envolveu por meio de casamentos mistos e adoração religiosa sincretista.
- a religião cananéia penetrou em todos os níveis da vida dos israelitas desde o período dos juizes até pelo menos o tempo do cativeiro da babilônia. Graças aos textos cananeus épicos e relativos aos cultos encontrados em Ugarite é possível reconstruir as linhas principais do pensamento da pratica religiosa em Canaã.
- Após o estabelecimento das tribos de Israel em Canaã por volta do seculo XII enfraqueceu a união que caracterizava os grupos nômades. As tribos, organizadas em famílias e clãs dispersaram-se movidas pela necessidade de ocupar o território.
- Um dos fenômenos desse periodo e o caráter peculiar dos lideres. Eles apareciam repentinamente num momento de grande perigo e realizavam uma operação militar fulminante para salvar sua tribo ou mais tribos. São seis os lideres denominados salvadores ou juizes.
- Quem eram os juizes? Eram homens e mulheres dotados de poder por Iave, a fim de atender a certas emergências e que este oficio não era hereditário. O termo juiz não se refere estritamente a uma função jurídica, já que esta responsabilidade recaia sobre os anciãos. Mas significa um oficio de um líder militar e protetor - o conceito juiz designa um homem abastado e de linhagem, aceito por sua tribo ou varias tribos. O verbo sft, em hebraico possui dois significados – governar e julgar.
- os seis juizes do relato bíblico que provavelmente governaram são denominados juizes menores, pois pouco é conhecido sobre sua vida e nada sobre atos militares e heróicos e de salvação. Foram possivelmente lideranças que surgiram em tempos de paz. Os outros seis juizes salvadores são denominados juizes maiores pois foram lideres militares carismáticos, acompanhados, pelo ES que os guiava num momento de tragédia nacional. A liderança dos juizes maiores era intransferível – não passava como herança; após o cumprimento de sua missão, o juiz sai de cena. Há no relato bíblico uma tentativa fracassada de transferência de liderança e de poder que Abimelec reclama para si após matar seus irmãos. Esse era filho de Gedeao e de uma mulher sequemita (Cananéia de Siquem) e os habitantes de Siquem auxiliaram-no a organizar um “bando” e a dominar o território de sua tribo, Manasses. Ele se autodenominou rei de Israel, apesar de dominar apenas a região de Siquem e seus arredores.
- No entanto os anciãos eram a verdadeira liderança das tribos e não estavam dispostos a abdicar de parte de seu poder em favor do poder centralizador de um monarca. Somente no momento em que os filisteus, na metade do século XII a.C tornaram-se uma grande ameaça, os anciãs pediram um rei ao profeta Samuel. Os filisteus que vieram das terras e ilhas do mar Egeu, trouxeram consigo e monopolizaram a fundição do ferro e com ele, a confecção de espadas, pontas de laça, flechas e outros artefatos.
- Desde as historias sobre Sansão um dos seis juizes maiores percebe-se a pressão feita pelos filisteus sobre as tribos de Israel. Essa pressão intensificou-se nos dias de Samuel, a situação tornou-se cada vez mais difícil e nessas circunstancias sua existência como povo dependia da união das tribos sob uma organização política sólida que pudesse enfrentar os inimigos. A solução seria o estabelecimento de uma monarquia, para isso o problema que deveria ser solucionado não era o de como fortalecer a organização tribal, mas o de como transformar um povo, com modo de vida ainda patriarcal e de regime tribal – regime enfraquecido – num estado com regime monárquico forte. O período foi por esse motivo de mudanças.
- Otiniel (juizes 3:9) foi o primeiro juiz e o único sem nenhuma falha explicita em guardar a aliança. O sucesso de Judá (tribo) promove Davi, que foi descendente dessa tribo.
- A expulsão dos arameus pelo juiz Otoniel também deve ter causado algum tipo de destruição, cuja evidencia pode ser constatada por diversas investigações arqueológicas. Albright diz que a Palestina no décimo quarto século encontrava-se com baixo numero de habitantes. Essa evidencia de poucos centros urbanos poderia refletir a destruição causada pelos arameus e outros povos predadores durante os dias dos primeiros juizes.
.
-Eude
Após Otiniel ter conseguido repelir os arameus, Israel descansou por 40 anos.
- A opressão que surgiu em seguida parece ter afligido apenas uma área restrita, próxima a Jericó. O inimigo era Eglon, rei de Moabe, cuja existência, apesar de não mencionada em qualquer documento extracanonico, dificilmente pode ser questionada. Aliado aos amonitas e aos amalequitas, ele atacou Israel e exerceu uma soberania local por 18 anos.
- Como resposta as suplicas do povo, Deus levantou Eude que com a justificativa de oferecer tributos ao rei o assassinou. Eude então escapou para as regiões montanhosas de Efraim, onde arregimentou as milícias de Israel para segui-lo ate as margens do rio Jordão. Quando os moabitas tentaram retroceder para sua terra, acharam o caminho bloqueado e foram destruídos completamente.
- seguiu um período de 80 anos de paz que se refere a região centro-leste de Israel, sobre a qual Moabe tinha exercido controle.
- Terceiro juiz foi Sangar, libertou Israel do poder dos filisteus pouco tempo após a morte de Eude. Esse acontecimento bate com a chegada dos filisteus aquela região.
- Débora
Por vinte anos as tribos do norte sofreram sob a opressão cananéia, e nada podiam fazer em razão da superioridade militar do adversário. As referencias as carruagens de ferro – juizes 4:3 não apenas enfatizam essa vantagem estratégica, como também auxiliam a datar o evento visto que o ferro não tinha se tornado comum em Canaã ate por volta de 1200.
- Destacar alguns aspectos do poema de vitória de Débora que revela a falta de unidade entre as tribos. Débora parece ter sido juíza de todo o Israel, mas não conseguiu comandar uma frente unida contra os cananeus no norte. Ela menciona a participação de certos efraimitas “amalequitas”, Benjamim, Maquir, Zebulom, Issacar e Naftali. Rubem apenas deliberou a participação; Gileade (Gade) nem mesmo fez isto; Dã se deteve em navios, que pode ser a forma proverbial de descrever a covardia , e Aser permaneceu em sua terra. É notável a ausência de Judá e Simeão na lista. O que indica que a rivalidade regional já começava a minar a nação. Naquela época Judá já estava sentido seu isolamento, e as tribos do leste começavam a tomar seu próprio caminho.
- Gideao.
- Após o triunfo de Débora a terra descansou por 40 anos. Seguiu-se a dominação sob os midianitas que foi particularmente violenta, conforme registra a historia. Casas e cidades foram totalmente destruídas, de modo que covas e cavernas foram necessárias para abrigar os filhos de Israel (juizes 6:2). Todos os rebanhos e plantações eram destruídos e a terra experimentou grande destruição. A extensão do massacre foi grave, alcançando desde o vale do Jordão ate o sudoeste em Gaza.
- O que é notável nas narrativas dos ataques que Gideao fez contra a Transjordania para perseguir dois lideres midianitas que havia fugido para além do rio Jordão, foi a reação de Sucote, nesta cidade ele pediu alimento para a sua tropa faminta, mas o povo de Sucote negou-lhe baseando-se em que Gideao ainda não havia derrotado o inimigo e por isso não merecia apoio. Os residentes de Peniel também fizeram o mesmo. Esses fatos demonstram um profundo sentimento de regionalismo desenvolvido em Israel em quase 150 anos, um espírito que refletia um rompimento da irmandade ou da coesão entre as tribos. Os homens de Sucote e Peniel eram afinal israelitas, particularmente da tribo de Gade. A resistência contra Gideao serve para ilustrar a preocupação manifestada por Moises e josué a respeito das tribos estabelecidas ao leste do Jordão – num 32:6-15,20-27; jos 22:13-20 – o rio não era apenas uma fronteira física, mas também criara uma barreira psicológica. As sementes da desintegração israelita começavam a germinar e não demoraria muito ate que as tribos da Transjordonia se afastassem definitivamente do restante da confederação.
- A derrota dos midianitas estabeleceu 40 anos de paz. Então após a morte de Gideao o povo se afastou de Deus.
- Juizes menores
- Tola – seu governo não envolvia um inimigo estrangeiro, mas foi designado para restaurar a paz dentro de Manasses.
- os últimos cinco capítulos de juizes formam juntamente com o livro de rute o que poderia ser chamado de trilogia belemita de historias, cujo cenário e a era dos juizes.
- São assim designadas porque a cidade de Belém figura proeminente em cada uma delas.
- Os estudiosos defendem a idéia de que esses relatos ocorridos na época dos juizes foram incluídos no registro sagrado com o propósito de traçar as origens da dinastia davidica e justificar sua existência em oposição a linhagem de Saul.
1 – Mica e o levita – Juizes 17-18
Em juizes 18:1 – nos mostra o fato de Da não haver tomado posse de sua herança. Por falta de paciência a tribo decidiu seguir seu próprio caminho. Os estudiosos geralmente entendem que a migração de Da foi conseqüência de pressões exercidas pelos nativos da região, conforme sugerido em juizes 1:34-36. é preciso também observar a passagem de Josué 19:47 que relata que Da tomou a cidade de Lais, após ter sido o seu termo pequeno; Da estava com dificuldades para ocupar o seu território herdado. Uma parte da tribo impaciente por não poder conquistar o seu território moveu-se para o norte por conta própria; os danitas remanescentes ocuparam as cidades mencionadas em josué 19:40-46. destes danitas surgiu Sansão 300 anos mais tarde.
2 – O Levita e sua concubina Juizes 19-21
O levita obteve sua mulher em Belém e retornou a Efraim onde encontrou abrigo e segurança na casa de um ancião.
Visto que a concubina era oriunda de Belém, estabeleceu-se que os homens de Judá seriam os primeiros a atacar Benjamim. Bemjamim quase foi aniquilada. A motivação para se incluir essa segunda narrativa belemita é evidente. Reflete um mal aspecto dos benjamitas e indiretamente dos ancestrais que constituíram a dinastia de Saul. O sentimento pro-davidico parece cristalino par ao historiador sagrado.
3 – A historia de Rute – ligações patriarcais.
- O principal propósito do escritor foi traçar uma ancestralidade ligando o rei Davi a tribo de Judá e a cidade de Belém. Como nas duas historias anteriores houve um homem que partiu de Belém de Judá, mas enquanto os outros dois mancharam a reputação da cidade pelo comportamento, Elimeleque e sua família levantaram a sua moral. No livro de Rute vê-se que a cidade de Belém começa a se consituir no local ideal para o nascimento do Rei Davi. Na segunda historia os ancestrais de Saul, os benjamitas, tinham humilhado e desgraçado uma belemita, o que significa para eles muita agonia. Contudo, a cidade de Belém não apenas sobreviveu a essas crises, mas por fim produziu aquele que seria o sucessor de Saul, um homem segundo o coração de Deus.
- o ataque sobre Israel em Afeque descrito em I Samuel pode ter sido uma reação aos antigos ataques de Sansão contra os filisteus, que começaram mais ou menos nessa época. visto que Sansão foi fortalecido pelo Deus de Israel, o que poderia ser melhor do que atacar o centro religioso israelita em Silo?
- A época do reinado do primeiro rei – Saul encerra o periodo dos juizes. Seu reinado pode ser considerado nacional apesar de não ter conquistado todo o pais, nem ter conseguido unidade territorial, pois ele reuniu sob seu comando as tribos que o reconheceram como seu governante.





CONDIÇOES PREVALENTES
Áreas desocupadas
1:1-3:6
Ciclos políticos religiosos
2:6-3:6

NAÇOES OPRESSORAS
LIBERTADORES
Mesopotâmia
Otniel 3:7-11
Moabe
Eude 3:12-30
Filistia
Sangar 3:31
Canaã (Hazor)
Débora e Baraque 4:1-5:31
Midia
Gideao 6:1-8:35
Abimileque
Tola e Jair 9:1 – 10:5
Amon
Jefté 10:6 – 12:7
Filisteus
Sansão 13:1 – 16:31


CONDIÇOES CULTURAIS NOS DIAS DOS JUIZES
Mica e sua idolatria
17:1-13
Migração dos danitas
18:1-31
Crime e guerra civil
19:1 – 21:25


O período de 80 anos dos reinados de Davi e Salomão é em muitos aspectos a era de ouro da longa historia de Israel. Ate aquele ponto, mesmo nos melhores anos de Saul, Israel dificilmente se denominou reino ou mesmo estado, porque ainda não havia um reconhecimento significativo de uma unidade política fundamental.
Todo o peso do livro dos juizes foi o lamento por não existir um rei em Israel, o povo nem mesmo via Deus como seu rei, conseqüentemente não havia unidade política.
A falta de nacionalidade que perdurou por aproximadamente 450 anos é explicada de varias maneiras:
1 – por razoes praticas não era possível para as tribos nômades que estavam a caminho de Canaã existir em sentido nacional. Havia certamente uma coesão que os tornava uma federação, um reconhecimento de mesma ancestralidade e etnicismo e bases e objetivos teológicos comuns. Havia também uma constituição a qual a comunidade e os indivíduos eram sujeitos. Mas não havia uma terra própria, e sem uma terra, nacionalidade é simplesmente um ideal.
2 – A identidade tribal ainda prevalecia. Todavia existia o reconhecimento progressivo de que Israel era o povo de Deus, cuja inter-relação ultrapassa todas as diferenças tribais. Tal atitude permitiu que Josué unisse as tribos em um sentimento de cooperação e interesses comuns. Mas já havia sinais de independência naquele período, conforme visto no pedido das tribos de Rubem, Gade e Manasses (Josué 1:12-18).
Chamar Israel sob a liderança de Josué de nação e impróprio. Josué foi mais um mediador da aliança e líder militar do que um político. A verdadeira autoridade estava nas mãos dos anciãos, que agiam apenas dentro do limite de seu campo de trabalho. Não havia uma cidade que servisse como capital, de onde a política nacional produzisse seus rumos, a não ser que alguém considere que Gilgal ou silo fossem vistas dessa forma.
O período de juizes desde a morte de Josué até o reino de Saul deu origem a uma ocupação mais ou menos efetiva de alguns territórios, mas isso geralmente se acompanhava de uma desintegração da solidariedade das tribos. Os próprios juizes não eram políticos, e na maioria das vezes fizeram seu juizado em algumas regiões da terra.
3 – a geografia – o rio Jordão forma uma divisão natural entre as tribos do oeste e do leste. Em certas partes do ano é quase impossível cruzar o rio. Uma evidencia da divisão entre as tribos do oeste e do leste pode ser vista na indiferença dos lideres do leste, quanto ao pedido de Gideao que consistia em que perseguissem os midianitas naquelas terras (Juizes 8:4-9).
No tempo de Jefté houve até diferenças dialéticas entre as tribos do oeste e do leste (Juizes 12:6). E mesmo que tais diferenças não constituíssem necessariamente um antagonismo, o fato é que serviam para intensificá-lo.
Débora solicitou apoio as demais tribos de Israel. Não houve qualquer apoio das tribos do leste, nem do sul de Jerusalém.
Uma melhor visão das rivalidades tribais e regionais é obtida com uma atenção cuidadosa na historia do levita e sua concubina (Juizes 19:21). Alguns propõem que essa narrativa teve como propósito chamar atenção para um antagonismo entre Gibea e Belem. Gibea representa a monarquia saulida, e Belém a davidica.
A hostilidade entre Judá e Belém e aparente durante os primeiros anos do reinado de Davi.
O surgimento da monarquia sob Saul fez pouco para acabar com a crescente distancia entre Judá e as tribos do norte. Durante o seu reinado, o abismo entre as tribos tomava proporções consideravelmente grandes. Quando Saul fez uma convocação geral para livrar Jabes Gileade de Amom, 300 mil homens vieram de Israel, mas apenas 30 mil de Judá (I Sam 11:8).
*Saul
O requerimento de um rei é determinado por algumas razoes:
1 – o povo pede um rei por razoes pessoais – os filhos de Samuel, o ultimo dos juizes, constituíam mau exemplo para os filhos dos israelitas (ISam 8:1-5). A frustração do modo de vida dos filhos de Samuel fez o povo desistir daquele foram de liderança.
2 – o povo pede um rei por razoes políticas = o pedido não implicava a rejeição de Samuel, mas apontava para a falência de um modelo.
O instituto da monarquia oferecia pelo menos duas vantagens sobre o modelo anterior:
a) a centralização do governo, algo que não ocorria com os juizes.
b) ordenamento sucessório. O rodízio do poder seria menos traumático.

- PERFIL DA MONARQUIA
1 – Era uma monarquia situada no contexto da revelação de Deus.
2 – Era uma monarquia regida por uma constituição dada por Deus.
3 – A eleição era feita por Deus.
4 – Não era uma monarquia hereditária.
5 – ao rei não era deus.
A escolha de Saul foi mais baseada em dons carismáticos do que na linhagem dinástica normal. Ele não pertencia a qualquer linhagem especial – veio de uma pequena tribo de benjamim. Saul não foi aceito inicialmente como rei. Sua origem humilde, seu desdém pelas aparições em publico explica as reações contrarias. Mesmo após ter estabelecido em Gibea, em um “palácio”, que a arqueologia provou ter sido de pouca importância e beleza. Saul sempre mostrou pouca desenvoltura com a realeza. De fato quando estorou a primeira crise nacional, e seus oficiais o procuraram para que providenciasse o socorro encontraram-no arando o campo com seus bois. Temos que reconhecer o aspecto primitivo do reinado de Saul mas foi a esperança de sobrevivência para Israel.
O reinado de Saul foi um estagio de transição entre a forma de governo tribal ou de cidade-estado para o estabelecimento de um Estado. O governo de Saul não se estendeu sobre um estado territorial continuo. Foi primeiramente um rei militar, convocado num tempo de carências. Mas estava a frente de diversas tribos, as quais o escolheram por etapas (1Sam 8,10:17-27 relata sua eleição por meio de sorte em Masfa, 9:1-10 descreve sua unção em Efriam, o capitulo 11 descreve sua aclamação como rei em Guilgal.
A drástica mudança política e a escolha de um candidato pouco promissor para a nação constituíram um momento oportuno para os amonitas fazerem o primeiro ataque. Escolheram Jabes-Gileade porque alem de situar-se distante de Gibeá, dificultava uma mudança na estratégia logística do exercito de Israel e era provavelmente o local dos ancestrais de Saul.
Cercaram a cidade e ameaçaram destruí-la totalmente a menos que seus habitantes decidissem fazer uma aliança de submissão e deixassem que seu olho direito fosse retirado. O objetivo era mostrar a superioridade do rei dos amonitas e uma estratégia. Já que os soldados lutavam corpo a corpo com lança e escudo, precisavam de dois olhos. O escudo cobria o olho esquerdo. Portanto, sem o o olho direito os gileaditas ficaram incapacitados para o combate. Era tanto a confiança deles que permitiram que alguns mensageiros da cidade partisse por toda Israel a procura de socorro. Isto a fim de mostrar que mesmo ajuntando todas as suas forças Israel não seria capaz de resgatar aquela cidade.
Saul saiu vitorioso o que pos um fim as murmurações de sua liderança.
- Características de Saul
1 – era belo e forte – no mundo antigo a boa aparência de uma pessoa era uma bênção a ser reconhecida.
2 – era sensível – I Samuel 9:5 – procurando as jumentas do pai, e distante de casa, Saul percebe que a hora avançou muito e que a partir daí o pai ficara preocupado. E ele não queria isso.
3 – era líder – I Sam. 11:4-7. e I Sam 14:52
4 – era guerreiro – começou o seu reinado com uma grande vitória sobre os amonitas que ameaçava a cidade de Jabes-Gileade.
Era com a filistia que Saul estava constantemente envolvido. Desde Sansão Israel estava em choque com os filisteus.
O grande erro de Saul foi ultrapassar as fronteiras estabelecidas para ele. Saul foi escolhido para ser rei nunca foi chamado para ser filho de Deus e em nenhum momento recebeu qualquer privilégio sacerdotal.

ementa de historia de Israel

Seminário Teológico Batista Gonçalense
Disciplina: História de Israel
Prof. Andréa B. Fonseca.

Ementa: Um estudo da história de Israel a partir da perspectiva histórica social, levando em conta a sua produção sócio-literária que forma tanto a sua historiografia oficial, quanto guarda elementos de sua memória popular, considerando também como absolutamente necessário o confronto com as fontes extra-bíblicas.

Objetivos: O(a) aluno(a) devera ter recebido elementos que lhe permita:
§ Introduzir a pesquisa histórico-social
§ Entender a histografia de Israel como narrativa, processo e elaboração com vínculos religiosos;
§ Perceber a história de Israel como cultura, evolução, estrato da história das civilizações;
§ Conhecer a estrutura e instituições sociais de Israel;
§ Verificar em que contextos histórico-sociais se dá a religião do AT.

Aulas:
* agosto
08 – Apresentação da Ementa.
Tema: A história de Israel em perspectiva sócio-cultural
O Judaísmo na história.

15 – Tema: As origens de Israel
Povos vizinhos

22 – Semana Teológica
Tema: O Êxodo: nascimento de uma Nação (Resumo critico do texto a ser apresentado no dia 29)

29 – Comentários dos resumos.

* Setembro
06 – A Conquista e a ocupação de Canaã ( Teorias da Conquista)

13- A Era dos juizes: o problema critico-literário no livro de juízes.
- Saul: A aliança Mal compreendida.

20 – Davi: o reinado da Aliança e os anos de luta.

27 – Salomão: Do pináculo ao perigo.
A monarquia dividida.

I Parte – Avaliação
3 pontos - Resumo critico do texto do êxodo.
4 pontos – Avaliação bimestral.
1 ponto - participação
2 pontos - resumo critico de um texto a escolha ( entrega no dia 20 de setembro)

* Outubro
03 – A monarquia dividida: os reis do Reino do Norte e Sul.
Trabalho em grupo.

10 – A queda do reino do Norte e Sul.
Texto: A era dos profetas (Revista historia Viva)

17 – O Exílio e o primeiro retorno.
Restauração e Nova Esperança.
Texto: O ressurgimento de Israel.
Do desastre à resistência ( Revista História Viva)

24 – A Época Persa e as conquistas de Alexandre. (Grupo 1)
31 – Os Ptolomeus governam a Palestina (Grupo 2)
* Novembro
07 – Os selêucidas e a helenizaçao da Palestina (Grupo 3)
14 – Os macabeus I : a resistência
Macabeus II: A independência ( Grupo 4)
21 – O Domínio Romano (Grupo 5)

28 – Avaliação do curso.
II Parte – Avaliação.
2 pontos - Trabalho em grupo: os reinos de Israel
2 pontos - Resumo critico de um texto ( a escolha do aluno)
5 pontos - Seminários – Apresentação escrita e oral.
1 ponto Participação -

Obs: Os trabalhos deverão ser entregues nas datas estabelecidas.

Bibliografia Básica

ARCHER JR, Gleason L. Merece confiança o Antigo Testamento? São Paulo: Vida Nova, 1984.
BRIGHT. J. História de Israel. São Paulo: Paulinas, 1978.
CAZELLES, Henri. História Política de Israel. Desde as Origens até Alexandre Magno. São Paulo: Paulinas, 1986.
CRÜSEMANN, F. A Tora, Teologia e História social do Antigo Testamento. Petrópolis: Vozes, 2002.
DONNER, H. História de Israel e dos povos vizinhos. Vol I e II. Petrópolis: Vozes, 1997.
FARIA, Jacir de Freitas. A História de Israel e as pesquisas mais recentes.Petropolis: Editora Vozes.
FOHRER, G. Estruturas Teológicas Fundamentais do Antigo Testamento. São Paulo: Paulinas, 1982.
__________. História da Religião de Israel. São Paulo: Paulinas, 1982.
LASOR, William. Introdução ao Antigo Testamento. São Paulo: Vida Nova, 1999.
MERRILL. Eugene H. História de Israel no Antigo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2006.
METZGER, M. História de Israel. São Leopoldo: Sinodal, 1989.
SICRE, J. L. Introdução ao Antigo Testamento. Petrópolis: Vozes, 1999.
JOHNSON, P. História dos Judeus. Rio de Janeiro: Imago, 1995.
KELLER, Werner. ...e a Bíblia tinha razão. São Paulo: Circulo do livro, 1978.
PAUL, André. O Judaísmo tardio: história política. São Paulo: Edições Paulinas, 1983.
SCHULTZ. Samuel J. A História de Israel no Antigo Testamento. São Paulo: Vida Nova, 1995.
VAUX, Roland de. Instituições de Israel no Antigo Testamento. São Paulo: Vida Nova, 2004.

Periódicos:
História Viva. Grandes Religiões: Judaísmo.
História Viva. Grandes Temas: Jesus o homem e seu tempo.
Aventuras na história. Israel: 60 anos da criação de um Estado.