quinta-feira, 1 de novembro de 2007

EXEMPLO DE PROJETO DE PESQUISA

OBS: NESTE EXEMPLO FALTAM ALGUNS ITENS, MAS OBSERVEM AQUELES QUE ESTAO PRESENTES, DEPOIS COLOCAREI OUTROS EXEMPLOS.

EXEMPLO DE PROJETO DE PESQUISA

TEMA: A INFLUÊNCIA DA TELEVISÃO SOBRE O COMPORTAMENTO VIOLENTO

1 – Introdução:
A pesquisa interessa-se por levantar as relações entre os meios de comunicação de massa e a prática de atos ditos delituosos, na tentativa de estabelecer a influência da televisão sobre o comportamento violento.

5 - . Problemas
A televisão influencia jovens à prática de atos violentos (criminosos)?

6 – Objetivos
Da pergunta descrita acima decorrem quatro objetivos:
1 – Analisar as faixas etárias de jovens que assistem televisão no Grande Rio.
2 – Observar e analisar a reação de jovens internos à informação violenta recebida através da mídia.
3 .Levantar a função real da mensagem da televisão.

6 - . Hipóteses
A estas perguntas, propõe-se a seguinte hipótese geral: É nula a influência da televisão como incitadora da violência.
Decorrentes, propõe-se as seguintes hipóteses corolárias:
1. Apenas 20% da população jovem do Grande Rio (na faixa etária entre 12 e 16 anos) vêem televisão regularmente; destes, 60% estão nas classes média e alta, e apenas 5% já tiveram qualquer passagem pela polícia.
2. Ao invés de incitar à violência, a televisão serve antes como anteparo à sua prática, ao servir de catarse coletiva e por diluir informações de teor violento entre amenidades;
3. Cerca de 90% dos internos jamais viram televisão regularmente, o que explica o fato de o seu comportamento (em termos de aspirações e linguajar) revelar pouca dependência desse meio; a atitude de alguns internos à informação violenta não sofreu qualquer mudança mediata ou imediata.
4. A televisão é um instrumento de lazer, voltado para o incentivo ao consumo; é neste incentivo que podem residir algumas possíveis relações entre televisão e “marginalidade”, o que não pôde ser comprovado nos parâmetros da pesquisa. CArro-chefe da indústria cultural e também controlada pelas elites dominantes, a função geral da televisão é fundamentalmente a de incutir a passividade e a resignação social.




2. Justificativa

Afora o interesse pessoal do pesquisador, o tema se impõe pela recorrência das discussões sobre a violência no Brasil, assunto obrigatório em todos os círculos, neste começo de década, e pela contribuição que uma pesquisa desta natureza pode emprestar à compreensão do real papel dos meios eletrônicos de comunicação numa sociedade marcadamente composta de pessoas jovens.
A pesquisa se presta a derrubar preconceitos e pode ajudar a estabelecer uma prática psicopedagógica para a reinserção de jovens “marginais” na sociedade.
A televisão tem continuado, no Brasil, fora dos corredores universitários. Intelectual só vê televisão quando “passa pelo quarto da empregada” ou quando em “conversa com o seu filho menor”. A televisão e sua influência, embora atinja grande parte da população brasileira, continua à margem das preocupações dos cientistas. A pesquisa pode, então, contribuir, entre outras coisas, primeiro, para a superação desse preconceito; segundo, para uma real compreensão dos fenômenos de comunicação da massa num país em subdesenvolvimento, onde a televisão é o grande instrumento de lazer; e, para fornecer elementos para um entendimento das relações sociais num país que, “de repente”, descobriu-se violento violento...
O estudo permitirá ajudar na resposta a uma pergunta básica: justifica-se uma censura dos meios de comunicação como forma de se defender a sociedade da mensagem incitadora à violência, veiculada pela televisão? Ao mesmo tempo, a pesquisa poderá ajudar a compreender o mundo real de uma faixa de “marginais”, cujos discurso é bem diferente do de “bom” cidadão. Tem importância estudar um veículo que atinge, segundo os dados de institutos de pesquisa, mais da metade da população urbana brasileira por ocasião de um único programa? Tem. Todo o controle sobre os órgãos de informações tem sido exercido sobre a premissa de que eles corrompem a moral e os bons costumes; estudar isto é ajudar a sociedade a se libertar dos seus traços totalitários, por mais aberta que se diga...

Por militar na área das ciências do social, o pesquisador se interessa grandemente pela influência dos meios de comunicação, estudados segundo métodos precisos, mas interdisciplinarmente. Seu interesse está também em função de sua postura em prol de uma ciência disposta a se envolver mais efetivamente com o objeto de sua investigação.

4. O MÉTODO
A pesquisa se fará seguindo etapas próprias, a partir de algumas hipóteses norteadoras.
O trabalho constará das seguintes etapas:
1. Leitura de textos de orientação teórico-metodológica;
2. Elaboração e aplicação de pré-testes e questionários;
3. Observação e avaliação de programas de televisão (ditos violentos) na presença de internos;
4. Análise geral dos resultados.

3 - AS FONTES
O núcleo dos dados será obtido mediante a aplicação de questionários na Fundação Estadual do Menor. Servirão ainda os relatórios dessa fundação, além dos boletins das emissoras de televisão locais.
Secundariamente, com apoio teórico, serão consultados alguns livros indispensáveis à compreensão prévia do problema, em diversas áreas do saber (educação, comunicação e psicologia).
Uma classificação das fontes pode ser proposta assim:
1. Fontes primárias
1.1. Questionários elaborados e aplicados pelo pesquisador;
1.2. Boletins (programação e avaliação) emitidos pelas emissoras de televisão;
1.3. Boletins dos institutos de pesquisa de opinião.
2. Fontes secundárias
2.1. Livros de metodologia do trabalho científico
2.2. Livros de pedagogia, sociologia da comunicação e psicologia social



5. CRONOGRAMA
O trabalho deverá estar concluído em agosto de 1980, seguindo o seguinte calendário de atividades;
Maio
1. Segunda e terceira semanas: leituras teórico-metodológicas
2. Quarta semana: observação dos programas de televisão veiculados no Grande Rio.
Junho
3. Primeira semana: elaboração e aplicação dos pré-testes
4. Avaliação dos pré-testes e elaboração das baterias dos questionários
Julho
5. Aplicação e avaliação dos questionários
Agosto
6. Primeira semana: Observação e avaliação de programas com os internos
7. Segunda à quarta semana: avaliação geral
Setembro
8. Primeira e segunda semanas: redação provisória do relatório
9. Terceira e quarta semanas: redação final do relatório

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